UBS Quilombola do Gurugi

UBS QUILOMBOLA DO GURUGI

Conde – PB – 2019
Projeto classificado em primeiro lugar no Concurso Nacional de Arquitetura

Num momento de discussão sobre o papel do estado, a dignidade das pessoas e das comunidades além do respeito aos direitos humanos, um projeto assim serve para refletirmos sobre o nosso futuro, ao mesmo tempo em que transformamos e planejamos as realidades locais.

Um edifício aberto, uma grande sombra ventilada, lugar de acolhimento e conversa entre o cidadão e o profissional de saúde. Espaço para promover a saúde como bem central da vida. Local onde a cultura arquitetônica tem o papel de ressaltar a cultura das pessoas.

Em geral, no Brasil, espaços assistenciais de saúde são caracterizados por um atendimento precário a questões como: salubridade, ventilação e conforto dos usuários.

Desenhar um espaço que qualifique o atendimento aos pacientes e ao mesmo tempo se torne uma referência de serviço público para a sua comunidade são as duas premissas básicas de uma edificação dessa natureza.

Nesse sentido, o projeto para a UBS – Unidade Básica de Saúde – Quilombola do Gurugi leva em consideração que o desenho do espaço deve favorecer o encontro, a permanência, o bem estar e a cura, mesmo em condições adversas de saúde.

Além disso, numa comunidade com essas características, qualquer implantação de um edifício público se torna também um símbolo do atendimento que o Estado provê ao cidadão seja ele em educação, segurança ou saúde. Esse espaço se torna importante então não só pelas suas características físicas, mas especialmente pelas simbólicas e sensoriais.

Para promover essas questões, o projeto proposto desenha uma sombra sob a qual se posicionam os elementos programáticos organizados assim a partir da área de recepção das pessoas. Esse espaço de espera se constrói como um alpendre, uma espécie de varanda que mira o bosque aos fundos e onde a brisa pode atenuar os efeitos climáticos de uma forma natural.

De um lado da espera se localizam a farmácia e uma área para reuniões e atividades educativas. Do outro lado, todo o setor de saúde com o atendimento ambulatorial, odontologia, observação e áreas técnicas.

A estratégia de implantação leva em consideração a maneira como o edifício se adapta à topografia. Dessa forma, além de acomodar as lajes de piso às diferenças de relevo, busca gerar espacialidades internas e diferenças de pés-direitos que qualificam cada espaço de atendimento e trabalho para pacientes e funcionários.

Sugere-se uma construção com técnicas de domínio local: concreto armado para a laje de piso, elevada do solo e também para a laje de forro. Paredes de alvenaria com revestimentos cerâmicos configuram os espaços de cada ambiente interno. A madeira é utilizada na estrutura leve de cobertura que suporta telhas tipo sanduíche metálicas, além dos brises de sombreamento nas fachadas de frente e fundos.

Utiliza-se a brisa que vem do mar como uma força útil, disponível e abundante que garante o conforto dos usuários. A ventilação cruzada dos ambientes e os pés direitos generosos propiciam a constante renovação de ar interno.

As visuais para a mata dos fundos a partir dos espaços de espera propicia a sensação de bem estar das pessoas ao mesmo tempo em que qualifica os espaços de permanência.

Como organização programática pretende-se uma clareza operacional. Para isso, as circulações paralelas resolvem os fluxos de pacientes e serviços de forma adequada e descomplicada, seja a partir da carga e descarga/parada de ambulância, seja a partir do acesso principal de público

O PROJETO

A EQUIPE

Autores
Arq. Emerson Vidigal
Arq. Eron Costin
Arq. Fabio Henrique Faria
Arq. João Gabriel Rosa
Arq. Martin Kaufer Goic

Colaboradores
Karin Matzkeit
Susanna Brolhani
Gabriel Tomich
Matheus Fernandes
Eduardo Hungaro

FICHA TÉCNICA

  • Área construída: 439,03 m²
  • Área do terreno: 603,79 m²

@ Estúdio41 Arquitetura. Design: 095
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