DF – 2016
O Centro de Ensino Fundamental Parque do Riacho foi projetado para uma região de expansão urbana do Distrito Federal.
Desenhar o espaço de uma escola é construir um lugar para a educação.
Esse tipo de região tende a consolidar-se lentamente, passo a passo, ou seja, existirão edifícios e espaços livres iniciais que ao longo dos anos se transformarão em lugares de uso cotidiano. A comunidade local irá conformar a arquitetura a partir das suas atividades, dos seus modos de usar o espaço e dos seus valores culturais.
A escola é o lugar onde convivemos culturalmente, aprendemos juntos, crescemos como indivíduos e como cidadãos. Nela nos preparamos para lidar com os desafios da vida, nos aculturamos e construímos valores. A escola é o espaço onde desenvolvemos, entre tantas coisas, a tolerância através do convívio com o outro. Além do papel de transmissão do conhecimento, a escola capacita para o exercício da democracia e para a evolução da consciência política.
Entende-se que o edifício do Centro de Ensino Fundamental e seu entorno passarão por essas transformações e, para que isso ocorra de forma aberta e coerente, o projeto deve permitir que as potencialidades da comunidade sejam aos poucos incorporadas à arquitetura.
Dessa forma, buscou-se promover as seguintes estratégias:
• Liberdade no nível térreo: a demarcação de um lugar para escola através da construção de um plano de base rebaixado no qual se assentam o pátio coberto e o descoberto. Com isso, pretende-se gerar um espaço de encontro, promotor das atividades educacionais e no qual os diálogos entre estudantes possam acontecer.
• Articulação do programa em setores: a concentração das salas de aula e demais atividades educacionais no bloco sul. Isso permite que as áreas de: ginásio, biblioteca, auditório, e administração possam ter seu acesso eventualmente liberado à comunidade, sem prejudicar o funcionamento das atividades didáticas.
• Fruição nos percursos: a configuração da circulação: passarelas, rampas, escadas e corredores como elementos promotores da vitalidade do edifício. Esses elementos estão visíveis ou associados a transparências, permitindo que os espaços sejam permeáveis e só existam fechamentos quando forem necessário ao desenvolvimento das atividades escolares.
Em síntese, a escola é o lugar onde encontramos espaço para falar, para ouvir, e construir o respeito mútuo.
Mas de que maneira a escola pode contribuir para a construção de pontes e não de barreiras entre as pessoas? Que espaços arquitetônicos promovem o debate, o encontro e, consequentemente, fomentam os valores democráticos? Que tipo de escola incentiva a tolerância e não a violência?
O PROJETO
A EQUIPE
Autores
Arq. Emerson Vidigal
Arq. Eron Costin
Arq. Fabio Henrique Faria
Arq. João Gabriel Rosa
Arq. Martin Kaufer Goic
Colaboradores
Leonardo Venâncio
Marcelo Miotto
Mariana Steiner Gusmão
FICHA TÉCNICA
- Área construída: 5.564,75 m²
- Área do terreno: 3.710,40 m²